À medida que o mundo enfrenta desafios globais como a crise climática, a transição energética e questões de saúde, as deep techs surgem como fontes de soluções inovadoras para problemas complexos. Com base em tecnologias como biotecnologia, inteligência artificial, nanotecnologia e novos materiais, essas startups oferecem respostas inovadoras com potencial para liderar mudanças, estabelecer novas indústrias e reinventar as atuais.
E qual o potencial das startups deep techs brasileiras no cenário atual? A fim de responder a essa pergunta em profundidade, a Emerge Brasil lança a primeira edição do relatório “Deep Techs Brasilˮ, trazendo um raio-x inédito do ecossistema de deep techs no Brasil. O relatório conta com a parceria do Cubo Itaú, American Chemical Society, e apoio da Suzano Ventures.
O mapeamento identificou o número expressivo de 875 deep techs – startups que desenvolvem tecnologias de ponta com base em pesquisas na fronteira do conhecimento científico. Dentre elas, 40% atuam com biotecnologia, uma das áreas de maior potencial de inovação no Brasil. O levantamento também mostrou que 70% dessas startups estão em fase de validação tecnológica, enquanto 30% já se encontram na fase de escalar comercialmente suas soluções, um passo essencial para a expansão desse mercado emergente.
“O Brasil possui oportunidades singulares para o desenvolvimento de deep techs globalmente competitivas. Tanto por sua vocação quanto pelo volume de ciência produzida, podemos nos tornar liderança em deep techs focadas nos desafios de sustentabilidade, em especial daqueles conectados ao agro & alimentos, materiais & químicos verdes e energia renovávelˮ aponta Lucas Delgado, cofundador e sócio da Emerge.
O estudo também revelou os setores de maior relevância para essas empresas inovadoras. As áreas de maior concentração incluem saúde humana e farmacêutica, com 243 startups, e o agronegócio e saúde animal, com 202 startups. Outros setores em destaque são química, petroquímica e materiais (71 startups), e meio ambiente e sustentabilidade (56 startups). Como exemplos de deep techs de destaque, podemos citar Nintx, Symbiomics, Cellva e Omicblend como destaques em suas áreas, desenvolvendo soluções inovadoras para a saúde, agricultura, alimentos e cosméticos, demonstrando o potencial transformador das deep techs no Brasil.
“Acreditamos que as deep techs têm um papel crucial para resolver os grandes desafios globais, ao mesmo tempo em que impulsionam a competitividade das empresas e abrem novos mercados. O Brasil, com seu potencial criativo e científico, pode liderar essa transformação”, afirma Gabriela Sant’Anna, Head de Startups & Parcerias do Cubo Itaú.
Apesar do potencial criativo e da notável produção científica do Brasil, o relatório destaca os desafios enfrentados na conversão desse conhecimento em inovação prática. O país ocupa apenas a 50ª posição no Global Innovation Index 2024, revelando a necessidade de maior integração entre a pesquisa acadêmica e a aplicação industrial. As deep techs desempenham um papel vital nessa conexão, viabilizando a transição de descobertas científicas para soluções de mercado.
Deep Tech Summit 2024
O relatório será debatido no Deep Tech Summit 2024, maior evento relacionado ao tema que deve contar com a presença de mais de 500 participantes, 20 fundos de investimento e 100 das 875 startups mapeadas para discutir as últimas inovações e oportunidades no setor.
O evento acontecerá durante os dias 12 e 13 de novembro no InovaUSP, em São Paulo, em sua segunda edição, e reunirá startups deep techs, investidores, grandes empresas e centros de pesquisa.
Além de palestras e painéis de discussão, o summit contará com uma feira de startups, onde os participantes poderão explorar soluções tecnológicas inovadoras, ampliar suas redes de contato e potencializar novos negócios. As startups mapeadas terão a oportunidade de apresentar suas soluções e concorrer ao Prêmio Deep Tech do Ano, que será entregue durante o evento.
Sobre o Cubo Itaú
Inaugurado em setembro de 2015 pelo Itaú Unibanco em parceria com a Redpoint eventures, o Cubo Itaú é um hub de fomento ao empreendedorismo tecnológico da América Latina. Uma organização sem fins lucrativos que potencializa a conexão e a criação de negócios entre grandes empresas e startups. O Cubo Itaú está sediado na região da Vila Olímpia, em São Paulo, e, por meio de suas plataformas física e digital, contribui com o crescimento das mais de 500 startups curadas que fazem parte de seu portfólio e refletem mais de 25 segmentos de mercado, contemplando, assim, empreendedoras e empreendedores de todo o Brasil e de diversas regiões do mundo.
Sobre a Emerge Brasil
A Emerge nasceu com o propósito de catalisar a geração de inovação e negócios a partir de soluções de base científicas no Brasil. Desde 2017, somos a principal referência na construção de estratégias e projetos no tema de deep techs no país, gerando resultados concretos para empresas, cientistas, universidades e governos.
Atuamos diretamente com grandes indústrias, auxiliando suas equipes de inovação e P&D a identificar novas oportunidades e fortalecer o core business, da estratégia à execução.
Também trabalhamos com os principais centros de pesquisa e universidades, capacitando cientistas e pesquisadores em toda a jornada de inovação, desde a descoberta científica até a criação de negócios inovadores.
Em 2023 lançamos o Deep Tech Summit com o objetivo de ser o principal festival de inovação focada em deep techs do país. Na sua primeira edição, foram mais de 450 pessoas presentes em dois dias de evento discutindo oportunidades, gerando negócios e a transferência de tecnologias.