Visão Executiva

Caminhos para inovação da indústria brasileira em 2025

Caminhos para inovação da indústria brasileira em 2025
Angela Gheller, diretora de produtos para Manufatura da TOTVS
Por Angela Gheller, diretora de produtos para Manufatura da TOTVS

A indústria brasileira se prepara para um salto em 2025. Com um PIB projetado para crescer até 2,5% no próximo ano, o setor demonstra resiliência e aposta na inovação para consolidar seu crescimento, o que passa pela busca por mais eficiência, competitividade e sustentabilidade. Essa transformação fica mais nítida diante dos diferentes níveis de maturidade na gestão industrial, desde a Operacionalização, com foco em ERP, mobilidade para manutenção de ativos e gestão à vista da produção, passando pela Otimização Industrial, com a implementação de sistemas MES, planejamento avançado com CRP, MRP e APS, até a chegada da Indústria 4.0, com a adoção de inteligência industrial, IA, conectividade 5G, e comunicação M2M (machine to machine).

Nesse contexto, algumas tendências-chave se destacam para o próximo ano, moldando o futuro da manufatura brasileira e abrindo novas oportunidades para empresas que buscam maior relevância neste mercado tão competitivo.

Resultados começam no chão de fábrica

Observamos que a Indústria 4.0 está cada vez mais acessível às pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras, democratizando o acesso a tecnologias que antes eram exclusivas das grandes indústrias. Soluções de IoT (Internet das Coisas), cloud computing, sistemas MES (Manufacturing Execution System) e aplicativos mobile, com custos mais baixos e implementação mais simples, empoderam as PMEs a otimizar seus processos, aumentar a produtividade e competir em um mercado cada vez mais exigente.

Essas ferramentas trazem ganhos significativos de eficiência e agilidade, permitindo o monitoramento da produção em tempo real (com MES), a gestão eficiente de recursos e a tomada de decisões baseadas em dados. Aplicativos móveis, em particular, desempenham um papel crucial nessa transformação, colocando informações importantes na palma da mão, a qualquer hora ou lugar, impulsionando a mobilidade e a tomada ágil de decisões.

Outra ferramenta que se destaca como uma poderosa aliada da produtividade e eficiência operacional da manufatura nacional é a Inteligência Artificial, aliada ao machine learning. Longe de ser uma novidade, essas tecnologias estão amadurecendo e se integrando aos processos industriais, oferecendo ganhos concretos em diversas áreas.

A IA preditiva, por exemplo, já auxilia na otimização de cadeias de suprimentos, prevendo demandas com maior precisão e reduzindo custos com estoques; enquanto a IA Generativa consegue ler os dados do sistema e gerar insights valiosos para a operação. O machine learning, por sua vez, aprende com os dados da produção, identificando padrões e incoerências que permitem otimizar a programação da produção, prever falhas em equipamentos e melhorar a qualidade dos produtos.

Essa combinação de tecnologias permite que as indústrias tomem decisões mais precisas, reduzam desperdícios, aumentem a produtividade e se tornem ainda mais competitivas. Não se trata de uma revolução, mas de uma evolução inteligente, aproveitando o potencial dessas tecnologias de ponta para aprimorar o que já funciona e alcançar novos patamares de excelência operacional.

Expandindo os horizontes da indústria 

As empresas vivem uma busca incessante por formas de maximizar lucros e potencializar a gestão, olhando também para novas fontes de receitas marginais. Diante deste cenário, e a mudança nos hábitos de consumo, o e-commerce deixou de ser uma tendência para se tornar um canal de vendas cada vez mais comum do setor de manufatura.

Para as indústrias, a entrada no mercado de comércio eletrônico, tanto no modelo B2B quanto B2C, representa uma oportunidade de expandir os negócios e alcançar novos clientes. Mas a preparação para essa jornada exige planejamento e estratégia. A escolha entre marketplace e e-commerce próprio dependerá das características de cada negócio – marketplaces oferecem mais visibilidade e alcance, enquanto plataformas próprias permitem maior controle sobre a marca e a experiência do cliente. Uma estratégia híbrida, combinando ambos os canais, pode ser a solução ideal para muitas indústrias.

Seja em marketplaces ou em canais próprios, a indústria precisa adaptar sua operação para atender às demandas do comércio online, o que inclui otimização logística, gestão eficiente de estoques, integração com sistemas de pagamento e implementação de ferramentas de atendimento ao consumidor. Um ERP robusto e especializado é essencial para gerenciar essas etapas, garantindo a fluidez das operações e a satisfação do cliente.

ESG é o guia do mercado

A agenda ESG segue como pauta imperativa para as indústrias brasileiras. Em 2025, a pressão por transparência e conformidade com as normas, como as da IFRS, será ainda maior. Investir em tecnologias de monitoramento e elaboração de relatórios ESG é o caminho para atender a essas demandas.

Soluções que rastreiam emissões de carbono, gerenciam o consumo de recursos, monitoram a diversidade e inclusão na força de trabalho e garantem a ética nos negócios se tornarão essenciais. A tecnologia não apenas facilita o cumprimento das normas, mas também impulsiona a inovação sustentável, abrindo caminho para novas oportunidades de mercado e fortalecendo a reputação das empresas.

O futuro da manufatura brasileira em 2025 promete ser uma combinação de resiliência e inovação, com a tecnologia pavimentando o caminho para um setor mais eficiente, sustentável e competitivo. O compromisso com a inovação e a capacidade de adaptação serão os maiores aliados das empresas que desejam alcançar novos patamares de produtividade. Aquelas que abraçarem essa transformação estarão preparadas não apenas para acompanhar, mas liderar a evolução do mercado.

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