Os cobots, ou robôs colaborativos, estão revolucionando a forma como a automação é aplicada nas indústrias modernas. Diferente dos robôs tradicionais, que operam isolados por questões de segurança, os cobots foram projetados para trabalhar lado a lado com seres humanos.
Equipados com sensores avançados, sistemas de visão 3D e programação que priorizam a segurança, eles podem parar automaticamente ao detectar a presença de uma pessoa, por meio do reconhecimento espacial ao redor do cobot, minimizando riscos de acidentes. Essa característica facilita sua operação em ambientes compartilhados, eliminando a necessidade de barreiras físicas e possibilitando uma integração eficiente nas fábricas e operações industriais.
De acordo com Paulo Broniera Junior, analista de Sistema Embarcados do Instituto Senai de Tecnologia da Informação e Comunicação, um dos maiores atrativos dos cobots é a sua flexibilidade e facilidade de uso.
“Enquanto os robôs industriais convencionais exigem programadores especializados e linguagens complexas, os cobots são dotados de interfaces intuitivas que permitem sua reprogramação sem necessidade de habilidades técnicas profundas. Operadores podem ensinar novos movimentos ao cobot simplesmente movendo seu braço manualmente, o que acelera sua adaptação a diferentes tarefas e aumenta a eficiência. Essa facilidade tem sido um fator fundamental para a rápida adoção dos cobots, especialmente em pequenas e médias empresas”, explica o profissional.
Programação intuitiva
Segundo o pesquisador Luis Gustavo Ferrareto Espontão, os cobots têm um potencial transformador nas linhas de produção porque assumem tarefas repetitivas, pesadas e até perigosas, liberando os operadores humanos para funções mais criativas e complexas, agregando valor ao processo como um todo. Além disso, sua configuração rápida e versátil reduz o tempo de inatividade garantindo maior flexibilidade nas operações.
“Muitas empresas têm observado que os cobots são mais econômicos do que robôs tradicionais. Isso acaba fazendo com que o retorno de investimento seja mais rápido, o que os torna uma opção mais atrativa para aumentar a eficiência sem comprometer o orçamento”.
Segurança e eficiência
Outro ponto importante é a segurança no ambiente de trabalho. Ao invés de substituir os trabalhadores, como muitos temiam com a automação, os cobots colaboram diretamente com eles, criando um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente. Contribuindo diretamente para a qualidade de vida do colaborador da linha, operando como uma extensão, oferecendo ergonomia e realizando tarefas que seriam insalubres, além da capacidade de operar em ambiente extremos, como áreas de fundição ou de baixas pressões, possibilitando a operação de materiais pesados com precisão.
A interação direta com o cobot também contribui para que os trabalhadores se sintam mais confortáveis em um ambiente automatizado, o que promove uma cultura de inovação e aceitação de novas tecnologias dentro das empresas.
Com o avanço da Indústria 4.0, o papel dos cobots continua a se expandir. Afinal, eles se encaixam perfeitamente no conceito de fábricas inteligentes, onde máquinas, sistemas e trabalhadores estão conectados para otimizar a produção.
“No início das aplicações com robôs colaborativos, observávamos aplicações mais simples, como paletização e embalagem. Atualmente é possível implementar soluções com solda robotizada, rebarbação de peças e outras atividades de maior esforço, anteriormente apenas visto em robôs industriais tradicionais”, aponta o consultor de PDI, Jorge Augusto Mondadori.
Quando combinados com tecnologias emergentes, como inteligência artificial, os cobots evoluem para parceiros cada vez mais autônomos e sofisticados nas fábricas. Essa tendência reflete uma mudança de paradigma na automação: em vez de robôs isolados por barreiras de segurança, agora temos máquinas colaborativas que trabalham ao lado de humanos, promovendo um futuro de trabalho mais ágil, seguro e eficiente.
Considerando esse cenário, o Instituto Senai de Tecnologia da Informação e Comunicação tem atuado na linha de frente dessa transformação, desenvolvendo projetos de inovação focados na robótica colaborativa e na integração de tecnologias de automação avançada.
Principais linhas de pesquisa do IST TIC
Segurança em Robótica Colaborativa: Desenvolvimento de algoritmos avançados que detectam humanos e evitam colisões, aprimorando a segurança no ambiente de trabalho.
Programação Intuitiva e Interfaces de Usuário: Criação de interfaces de fácil uso que permitem reprogramar cobots rapidamente, facilitando sua integração nas linhas de produção sem a necessidade de operadores especializados.
Integração de Cobots com Robôs Móveis Autônomos (AMR): Desenvolvimento de soluções que permitem a colaboração entre cobots e AMRs para automação total de processos como movimentação de cargas e montagem, de maneira autônoma e segura.
Sistemas de Visão e Inteligência Artificial: Aplicação de IA para melhorar a autonomia dos cobots, permitindo que eles reconheçam padrões e tomem decisões em tempo real, mesmo em ambientes complexos.
Manutenção Preditiva de Cobots: Uso de sensores e dados em tempo real para prever falhas e realizar manutenções preventivas, aumentando a confiabilidade e o tempo de operação dos robôs.
O Instituto Senai de Tecnologia da Informação e Comunicação apoia as indústrias oferecendo serviços de consultoria tecnológica especializada, apontando caminhos para simplificar processos e aumentar a eficiência operacional.