As empresas do ramo farmacêutico já aderiram à inteligência artificial de maneira significativa no seu dia a dia. De acordo com a edição de 2024 do Informe Ascendant de Maturidade Digital, elaborado pela Minsait, empresa de transformação digital e TI da Indra, três em cada quatro companhias do setor têm desenvolvido seus produtos e serviços, em especial medicamentos, com auxílio da IA.
O levantamento, intitulado “IA: radiografia de uma revolução em curso”, ouviu mais de 900 organizações de 15 diferentes segmentos de mercado para analisar o grau e os contextos de adoção dessa tecnologia ao redor do mundo. Entre os resultados da análise setorial do relatório, foi demonstrado que o ramo farmacêutico tem se beneficiado da IA tanto nas áreas de cibersegurança e marketing quanto em operações específicas do setor, incluindo a melhoria signficativa da velocidade e da precisão na descoberta de compostos, na previsão de resultados em ensaios clínicos, na otimização de processos fabris e no gerencamento da cadeia de suprimentos.
Além disso, 33% das farmacêuticas ouvidas pelo estudo afirmaram que já adotam IA na análise de doenças, ao passo que 29% disseram utilizar a tecnologia no desenvovlimento e fabricação de medicamentos. Entre as aplicações da tecnologia destacadas pelas corporações ouvidas estão: instalação de câmeras de visão aritificial para análise de qualidade dos produtos e uso da IA para previsão de desenvolvimento de doenças ou detecção de piora no quadro de saúde de pacientes.
O Informe Ascendant, da Minsait, elencou quatro dimensões em sua análise do grau de maturidade da indústria farmacêutica em termos de adoção da inteligência artificial, com destaque para a motivação e o tipo de adesão à tecnologia em questão. Entre as motivações apontadas pelas empresas respondentes, destacou-se a busca pela excelência operacional: sete em cada dez companhias disseram querer alcançar maior eficiência em suas operações para melhorar sua competitividade no mercado.
Outras duas razões que se destacaram foram: aprimoramento na tomada de decisões (34%) e melhoria da experiência dos clientes (31%). Com relação ao tipo de adoção da IA, as áreas da cadeia de valor com maior foco são: operações internas específicas do setor farmacêutico (65%) e gestão de riscos e cibersegurança (54%).
Com relação às barreiras e entraves que dificultam a aplicação da inteligência artificial, o relatório menciona: a escassez de profissionais qualificados e com as competências necessárias (36%), a falta de visão estratégica por parte da alta gestão (35%) e a incerteza causada pelo quadro regulamentar instável, que dificulta as fases de desenvolvimento e implantação de recursos de IA no setor (31%).
Próximos passos para a indústria farmacêutica
De acordo com o Informe Ascendant 2024, o avanço da inteligência artificial tem gerado grandes expectativas no setor farmacêutico, que pode se beneficiar amplamente de sua capacidade de automatizar tarefas complexas e de alto valor agregado. Nesse sentido, o estudo aponta, ainda, que a IA desponta como uma ferramenta essencial para acelerar o desenvolvimento de novos medicamentos, melhorar a eficiência operacional e responder aos principais desafios identificados por essa indústria, atualmente.
“A inteligência artificial oferece a empresas de diferentes portes a oportunidade de aumentar sua competitividade e integrar soluções que não só transformam seus produtos e serviços, mas também otimizam processos e melhoram a tomada de decisões estratégicas, revolucionando a forma como as companhias operam e viabilizando a evolução do setor farmacêutico, que é considerado uma área-chave para a economia, a nível local e mundial”, defende Arancha Pérez-Navarro, diretora global de Consumo, Varejo e Indústria Farmacêutica da Minsait.
“Nos próximos três anos, o setor farmacêutico deve investir até oito bilhões de euros no fomento à pesquisa e na melhoria de processos produtivos, digitais e de sustentabilidade. Parte significativa desse montante certamente será direcionada para potencializar atividades de cunho tecnológico, que serão estratégicas para enfrentar atuais e futuros desafios de mercado, inclusive com o auxílio da IA”, finaliza a executiva.