A Meta anunciou recentemente a expansão de sua inteligência artificial para sete novos idiomas e vários países ao redor do mundo, incluindo, pela primeira vez, diversas nações da América Latina. No entanto, o Brasil não foi incluído nessa fase de lançamentos. A decisão surpreendeu muitos, especialmente considerando o tamanho e a importância do mercado brasileiro para a empresa, dona do Instagram, WhatsApp e Facebook.
Segundo a Meta, a ausência da inteligência artificial no Brasil se deve a “incertezas regulatórias”. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu a Meta de coletar dados de cidadãos brasileiros, alegando que a prática viola a privacidade das pessoas. Em resposta, a Meta afirmou que continuará “trabalhando em colaboração com as autoridades locais competentes para que o Brasil tenha acesso – e seja devidamente atendido – pelo mesmo nível de inovação em IA que estamos levando a outros países”.
A ANPD determinou que a Meta suspendesse a coleta de informações de usuários brasileiros para treinar seus sistemas de IA, citando indícios de violação à Lei Geral de Proteção de Dados. Como resultado, a Meta suspendeu os recursos de inteligência artificial generativa em suas redes sociais no Brasil e anunciou uma multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.
O CEO da Portão 3, Fernando Nery, comentou sobre o impacto dessa exclusão: “A decisão pode impactar negativamente startups e desenvolvedores que dependem dessas tecnologias para impulsionar seus negócios”. Ele acredita que a exclusão do Brasil é uma desvantagem competitiva significativa para o mercado local, que ficará sem acesso às mais recentes inovações e ferramentas oferecidas pela Meta.
Enquanto isso, outros países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru, receberam as novas ferramentas sem impedimentos similares. A Meta expressou esperança de que o Brasil possa ser incluído nas próximas fases de lançamento, à medida que as questões regulatórias sejam resolvidas.
Além disso, a Meta lançou uma nova versão de seu grande modelo de linguagem de código aberto, o Llama 3.1, com 405 bilhões de parâmetros. Este modelo está disponível globalmente, incluindo no Brasil, e é usado por pesquisadores e startups para ampliar e melhorar seus serviços de IA.
Entre as novas funcionalidades da inteligência artificial da Meta estão os prompts “Imagine-me”, que permitem aos usuários gerar imagens baseadas em comandos específicos, e a capacidade de responder a perguntas complexas, como resolver equações matemáticas. A IA também será testada nos Estados Unidos e Canadá através dos óculos inteligentes Ray-Ban Meta, possibilitando comandos de voz para obter informações em tempo real.
A decisão de excluir o Brasil da nova fase de lançamentos da IA da Meta gerou debates no setor de tecnologia e entre os consumidores brasileiros, destacando a importância de um diálogo contínuo entre empresas de tecnologia e autoridades regulatórias para equilibrar inovação e proteção de dados.
